Nascido na Zona Sul de São Paulo, Wallace Moraes transformou dor em motivação. Antes de ser conhecido como o “Canhoto de Ouro”, o ex-boxeador enfrentou uma infância difícil. Aos 9 anos, já trabalhava com o pai para ajudar em casa. Com apenas 4, perdeu a mãe, vítima de feminicídio, e precisou amadurecer cedo.
Foi no esporte que encontrou uma saída. Apaixonado por lutas desde criança, Wallace começou na capoeira e, aos 15 anos, descobriu o boxe quase por acaso. Entrou em um clube para jogar basquete e futebol, mas uma sala de boxe mudou o rumo da sua vida. Sem o consentimento do pai, assinou a própria ficha de inscrição e iniciou os treinos.
“O boxe mudou minha vida. Eu era doente, tímido e sem referência. Essa arte me ensinou disciplina, respeito e socialização”, lembra Wallace.
A dedicação logo chamou atenção do ex-lutador e árbitro Genival Gomes, que o apelidou de “Canhoto de Ouro”. A profecia se confirmou. Wallace acumulou mais de 200 lutas no boxe olímpico e se destacou na categoria super-pena. Mesmo com a falta de patrocínio, seguiu firme até se profissionalizar aos 29 anos.
A estreia profissional veio em 2017, no Boxing For You, com vitória por decisão unânime. Foram cinco lutas no total, com três vitórias e duas derrotas, até decidir pendurar as luvas. Mas, como costuma dizer, “o boxe é meu sonho que realiza sonhos”.
Depois da aposentadoria, Wallace começou a dar aulas e se especializou em massoterapia. Ao lado da esposa, Patricia Rovarotto, ex-árbitra, ex-atleta e psicóloga do esporte, deu início a uma nova fase. Juntos, criaram a Outboxing, empresa que busca resgatar a essência da nobre arte.
Em agosto de 2025, o casal realizou o Outboxing Fight Night, em Rio Claro (SP), com oito lutas e uma disputa de cinturão. O evento marcou um novo capítulo na história do boxe paulista.








