Quando se fala em transmissão de e-sports, o foco geralmente recai sobre os jogadores, os casters e as partidas eletrizantes. Mas por trás de cada take preciso, cada transição fluida e cada momento capturado com emoção, existe uma engrenagem técnica essencial para o show acontecer, e é nesse cenário que a brasileira Thalita Murbach se consolida como referência.
Com mais de uma década de atuação no audiovisual, Thalita começou sua trajetória nos bastidores de eventos sociais em São Paulo, mas foi no universo dos games que encontrou uma das experiências mais intensas e transformadoras da carreira. “A pressão do tempo real, a responsabilidade técnica e o trabalho em equipe exigiram de mim o máximo de atenção, precisão e comprometimento, e foi justamente isso que me fez crescer ainda mais como profissional”, conta.
Seu primeiro grande projeto no cenário gamer foi em 2014, na Brasil Gaming League, em um torneio de League of Legends patrocinado pela Red Bull. Na mesma época, participou de um evento da Riot Games em Fortaleza, que marcou definitivamente sua entrada no universo dos e-sports em alto nível. “Foram experiências marcantes, com estrutura profissional e grande engajamento da comunidade. Ali eu entendi o poder do audiovisual em criar atmosfera e emoção”, relembra.
Thalita atuou como câmera e operadora de switcher (mesa de corte), contribuindo diretamente para a dinâmica das transmissões ao vivo. Segundo ela, o diferencial está em pensar a partida como espetáculo completo: “É preciso muito mais do que capturar o jogo. Direção de câmeras dinâmica, mesa de corte bem coordenada, identidade visual forte, trilha sonora impactante e uma equipe entrosada fazem toda a diferença”.
Além do universo gamer, Thalita construiu uma trajetória sólida no mercado audiovisual, com passagens por segmentos exigentes como o cinema publicitário. Atuou como editora, videomaker e assistente de direção em campanhas de grande porte. Também se destacou no registro de casamentos judaicos de alto padrão, onde aprimorou seu olhar estético e sensível. “Cada área me trouxe uma bagagem única. No e-sports desenvolvi a capacidade de agir com agilidade, comunicar com clareza e tomar decisões sob pressão”.
Com um olhar refinado para narrativa visual, Thalita defende que o audiovisual tem papel crucial para criar identificação emocional entre o público e os jogadores. “Mostrar bastidores, reações, histórias pessoais dos jogadores e momentos de superação aproxima o público e transforma a transmissão em uma experiência emocional, não só esportiva”, afirma.
Atualmente, ela segue como uma profissional versátil, com facilidade para transitar entre áreas técnicas e criativas, sempre em busca de novas linguagens, formatos e desafios. E deixa claro que o Brasil tem espaço e talento para brilhar no setor: “Em criatividade, talento e capacidade de adaptação, estamos no mesmo nível dos gringos. O que nos diferencia é a agilidade e a habilidade de entregar alto nível mesmo com recursos limitados”.